sábado, 31 de mayo de 2025

Encíclica Patriarcal e Sinodal Por ocasião do 1700º aniversário do Primeiro Concílio Ecumênico de Niceia

 


Prot. No. 335

+ B A R T H O L O M E U

Pela Graça de Deus, Arcebispo de Constantinopla-Nova Roma
e Patriarca Ecumênico

À Plenitude da Igreja: que a graça e a paz de Deus estejam convosco!

 

Elevemos um hino de ação de graças ao Deus todo-poderoso, onisciente e cheio de bondade, consubstancial em Trindade, que se dignou conceder ao Seu povo a graça de alcançar o 1700º aniversário do Primeiro Concílio Ecumênico de Niceia. Este concílio prestou um testemunho espiritual decisivo da fé autêntica no Verbo divino — eterno, sem princípio e verdadeiramente consubstancial ao Pai — “que por nós, seres humanos, e para a nossa salvação, desceu dos céus, encarnou-se, fez-se homem, padeceu, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus e virá novamente para julgar os vivos e os mortos.”

          O Concílio de Niceia representa uma expressão da natureza sinodal da Igreja, sendo o ápice de sua “conciliaridade primitiva”, inseparavelmente ligada à realização eucarística da vida eclesial, bem como à prática de se reunir para deliberar “unânimes” (Atos 2,1) sobre questões do momento. O Concílio de Niceia também marca o surgimento de uma nova estrutura conciliar — os Concílios Ecumênicos — que viriam a ser decisivos para o desenvolvimento da vida da Igreja.

É digno de nota que um Concílio Ecumênico não constitui uma “instituição permanente” na vida da Igreja, mas sim um “evento extraordinário”, convocado em resposta a uma ameaça específica à fé, com o objetivo de restaurar a unidade rompida e a comunhão eucarística.

          O fato de o Concílio de Niceia ter sido convocado pelo imperador, de Constantino, o Grande, ter participado de suas deliberações e acolhido suas decisões com status de lei imperial, não o torna “um sínodo imperial”. Foi, sem dúvida, um “evento eclesiástico”, por meio do qual a Igreja, guiada pelo Espírito Santo, decidiu sobre seus assuntos internos, enquanto o imperador implementava o princípio: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt. 22:21).

          Diante da heresia ariana, a Igreja, em concílio, formulou a essência de sua fé, que é vivida de forma ininterrupta. O Filho e Verbo de Deus, preeterno, “consubstancial ao Pai... Deus verdadeiro de Deus verdadeiro”, por meio de Sua encarnação, salva a humanidade da escravidão ao inimigo e nos abre o caminho da deificação pela graça. “Ele se fez homem para que nós nos tornássemos divinos.”[1] O Símbolo de Niceia proclama a firme convicção de que a contínua divergência herética constitui uma negação da possibilidade de salvação humana. Nesse sentido, não se trata simplesmente de uma declaração teórica, mas de uma confissão de fé, assim como todos os textos dogmáticos da Igreja — uma genuína expressão da verdade viva que nela habita e por meio dela se manifesta.

          De particular importância teológica é o fato de que a base do Símbolo Sagrado “Cremos...” se baseia por um símbolo batismal local, ou por um grupo desses símbolos. Sendo o autêntico portador da perene autoconsciência da Igreja, o Concílio recapitula e reafirma o depósito apostólico preservado pelas Igrejas locais. Atanásio, o Grande, menciona que os Padres Sinodais, “em questões de fé, não escrevem ‘Pareceu-nos...’, mas sim ‘É assim que a Igreja católica crê’; e imediatamente confessaram o que creem, a fim de demonstrar que nada de novo foi descoberto naquilo que escreveram, mas que sua disposição de espírito é apostólica, ou seja, exatamente como os Apóstolos ensinaram.”[2] A convicção dos Padres divinamente inspirados era que nada foi acrescentado à fé dos Apóstolos, e que o verdadeiro Símbolo ecumênico de Niceia constitui uma proclamação da tradição comum da Igreja católica. Os Padres Conciliares, que a Igreja Ortodoxa dignamente honra e celebra como “fiéis guardiões das tradições apostólicas,” adotaram o termo filosófico “essência” (e seu derivado “consubstancial”) para expressar a fé ortodoxa acerca da divindade do Verbo — a qual Ario negava — e, ao fazer isso, negava todo o mistério da divina economia encarnada, universalmente salvífica, enredando-se em conceitos helenísticos e rejeitando o “Deus de nossos Pais” em nome do “Deus dos filósofos.”

          Outra questão de importância vital, que o Concílio de Niceia foi chamado a resolver com o objetivo de promover a unidade eclesiástica na prática litúrgica, foi “quando e como devemos celebrar a Festa da Páscoa.” O 1700º aniversário da convocação deste Concílio trouxe novamente à tona a atualidade da questão da celebração comum da Ressurreição do Senhor. A Santa e Grande Igreja de Cristo ora para que os cristãos de todo o mundo retornem, em conformidade com os decretos do Concílio de Niceia, à celebração da Páscoa em um dia comum, como ocorreu por uma feliz coincidência neste ano atual. Tal decisão serviria como evidência e símbolo de um genuíno progresso na luta por nossa convivência e compreensão ecumênicas, por meio do diálogo teológico e do “diálogo da vida,” como testemunho tangível de nosso respeito prático por aquilo que recebemos da Igreja indivisa. A realização de tal objetivo, no contexto do aniversário deste ano, foi a visão conjunta do saudoso Papa Francisco de Roma e de nossa Modéstia. Seu falecimento, logo após toda a cristandade celebrar a Páscoa, enfatiza nossa responsabilidade de prosseguir nessa direção sem hesitação.

 

          Além disso, a obra canônica do Concílio de Niceia também foi de grande importância, ao formular e afirmar sinodalmente a consciência canônica perene da Igreja, estabelecendo o início e elevando o status do sistema metropolitano, bem como da posição proeminente e da responsabilidade ampliada de certos Tronos, dos quais emergiu gradualmente o sistema da Pentarquia. Na medida em que o legado canônico de Niceia é uma herança comum de todo o mundo cristão, o aniversário deste ano é compreendido como um convite ao retorno às fontes, ou seja, aos regulamentos canônicos primordiais da Igreja indivisa.

          O Trono Ecumênico de Constantinopla tem servido perenemente como o garantidor das decisões de Niceia. Este espírito da Grande Igreja também foi descrito por meio da Encíclica Patriarcal e Sinodal por ocasião do 1600º aniversário do Concílio, como sendo “o Primeiro Concílio Ecumênico e verdadeiramente o maior da Igreja.” A decisão de celebrar o aniversário como “um evento festivo e, se possível, em conjunto com todas as Igrejas Ortodoxas Autocéfalas, a fim de manifestar em unidade a fé e a perseverança até os dias de hoje de nossa Santa Igreja Ortodoxa no ensinamento e espírito daquele Concílio, cuja decisão inspirada, por um lado, estabeleceu e selou a única fé da Igreja, e por outro, apresentou de modo esplêndido a unidade da estrutura eclesial por meio da presença de delegados de todas as partes do mundo.”

Infelizmente, tal evento não se mostrou viável devido a circunstâncias excepcionais e à vacância do Trono Ecumênico. Em 19 de julho de 1925, o primeiro domingo após a entronização do Patriarca Basílio III, o “compromisso adiado” foi cumprido com a celebração de “uma Liturgia Patriarcal e Sinodal especial” na venerável Igreja Patriarcal. De particular importância eclesiológica é o fato de que a Encíclica sublinha o valor da adoção, pela Igreja de Constantinopla, da obrigação de celebrar este aniversário — “imenso para toda a cristandade” —, uma vez que está “mais diretamente associada e responsável pela festa.”

          O Concílio de Niceia constitui um marco na formação da identidade doutrinária e da estrutura canônica da Igreja. Ele permaneceu como modelo para o tratamento de questões de fé e de ordem canônica em nível ecumênico. O 1700º aniversário de sua convocação recorda à cristandade as tradições da Igreja antiga, o valor da luta mútua contra os equívocos acerca da fé cristã, e a missão dos fiéis de contribuir para a multiplicação dos “bons frutos” da vida em Cristo, segundo Cristo e orientada para Cristo no mundo.

          Hoje, somos chamados a destacar a mensagem duradoura do Primeiro Concílio Ecumênico de Niceia, as dimensões soteriológicas e as implicações antropológicas do termo homoousios, bem como o vínculo inseparável entre cristologia e antropologia em uma era marcada pela confusão antropológica e por intensos esforços para enfatizar o “meta-humano” como horizonte aberto e perspectiva de auto-divinização da evolução humana, com o auxílio da ciência e da tecnologia. O princípio da “realidade divino-humana” constitui a resposta ao impasse da visão contemporânea de um “homem-deus”. Por isso, a referência ao “espírito de Niceia” é um convite para voltarmo-nos aos aspectos essenciais de nossa fé, cujo núcleo é a salvação da humanidade em Cristo.

          Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, é a revelação plena e perfeita da verdade sobre Deus e o homem. “Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14:9). O Verbo encarnado de Deus demonstrou “primeiro e sozinho”, como escreve São Nicolau Cabásilas, “o verdadeiro e perfeito ser humano, exemplar em conduta, no modo de viver e em todos os outros aspectos.”[3] Esta Verdade é representada no mundo pela única, santa, católica e apostólica Igreja; é a mesma Verdade que a nutre, a mesma Verdade que ela ministra. A Igreja veste a túnica da Verdade, “tecida pela teologia do alto,” sempre corretamente explicando e glorificando “o grande mistério da piedade,” evangelizando com palavras de fé, de esperança e de amor, enquanto antecipa o “dia sem fim que não conhece noite nem sucessão,” o reino vindouro do Pai, do Filho e do Espírito Santo

          A tarefa da teologia é revelar a dimensão soteriológica da doutrina e sua interpretação em termos existenciais, o que, juntamente com a participação no evento eclesial, exige sensibilidade e interesse genuíno pelo ser humano e pela aventura de sua liberdade. Nesse sentido, a proclamação da nossa fé no Verbo divino encarnado deve ser acompanhada pela nossa resposta concreta à Sua palavra salvadora: “Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15:12).

          Em memória, então, dos dons inefáveis que Ele fez e faz no mundo, glorificamos incessantemente o nome santíssimo e mais esplendoroso do Senhor de tudo e Deus do amor, por meio de quem conhecemos o Pai e por meio de quem o Espírito Santo veio ao mundo. Amém!

          Em 1º de junho, no ano do Senhor de 2025.



[1] Athanasius the Great, On the Divine Incarnation, PG 25.192.

[2] Athanasius the Great, Letter on the Councils of Ariminum in Italy and Seleucia in Isauria, PG 26.688.

[3] Nicholas Cabasilas, On the Life in Christ, PG 150.680.


Encíclica Patriarcal y Sinodal con ocasión del 1700º aniversario del Primer Concilio Ecuménico de Nicea

 


 

Nº Prot. 335

+ B A R T O L O M É

Por la Misericordia de Dios Arzobispo de Constantinopla-Nueva Roma
y Patriarca Ecuménico

Al pleroma de la Iglesia: ¡Que la Gracia y la Paz de Dios estén con vosotros!

 

Ofrecemos un himno de agradecimiento al todopoderoso, omnisciente y benevolente Dios trinitario por haber concedido a su pueblo poder celebrar el 1700º aniversario del Primer Concilio Ecuménico de Nicea, que dio testimonio espiritual de la auténtica fe en el Verbo divino engendrado sin principio y verdaderamente consustancial al Padre, “que por nosotros los hombres y para nuestra salvación bajó de los cielos, se encarnó y se hizo hombre, padeció y resucitó al tercer día y ascendió a los cielos, y regresará para juzgar a vivos y muertos”.

          El Concilio de Nicea constituye una expresión de la naturaleza sinodal de la Iglesia, la culminación de su “conciliaridad más temprana”, que está indisolublemente unida a la realización eucarística de la vida eclesial, así como la práctica de reunirse para tomar decisiones “unánimes” (Hch 2,1) sobre asuntos de actualidad. El Concilio de Nicea también supone el surgimiento de una nueva estructura conciliar -la de los Concilios Ecuménicos-, que demostraría ser decisiva para el desarrollo de los asuntos eclesiásticos. Es de reseñar que un Concilio Ecuménico no es una “institución permanente” en la vida de la Iglesia, sino un “acontecimiento extraordinario” en respuesta a una amenaza concreta contra la fe, con el objetivo de restaurar la unidad rota y la comunión eucarística.

          El hecho de que el Concilio de Nicea fuera convocado por el Emperador y que Constantino el Grande asistiera a sus deliberaciones y elevara sus decisiones al rango de ley imperial no lo convierte en un “sínodo imperial” (1). Fue incuestionablemente un “acontecimiento eclesial” mediante el cual la Iglesia, guiada por el Espíritu Santo, tomó decisiones sobre sus asuntos internos, mientras que el Emperador puso en práctica el principio de “dar al César lo que es del César y a Dios lo que es de Dios” (Mt 22,21).

          Frente a la herejía arriana, la Iglesia en Concilio formuló la esencia de su fe, que es experimentada de manera ininterrumpida. El Hijo eterno de Dios, “consustancial al Padre, […] Dios verdadero de Dios verdadero”, mediante su Encarnación, salva a la humanidad de la esclavitud del enemigo y nos abre el camino de la deificación mediante la Gracia. “Él se hizo hombre para que nosotros nos hiciéramos divinos” (2). El Símbolo de Nicea proclama la firme convicción de que la desviación herética en cuestión constituía una negación de la posibilidad de salvación del hombre. En este sentido, no es una simple declaración teórica, sino una confesión de fe, igual que todos los textos dogmáticos de la Iglesia: una articulación genuina de la verdad que vive en ella y a través de ella.

          Tiene una importancia teológica particular el hecho de que la base del Sagrado Símbolo (“Creemos…”) consiste en un símbolo bautismal local o un grupo de símbolos de ese tipo. Como genuino portador de la autoconciencia perenne de la Iglesia, el Concilio recapitula y reafirma el depósito Apostólico conservado por las Iglesias locales. Atanasio del Grande menciona que los Padres Sinodales, “en asuntos de fe, no escriben: ‘Nos pareció…’, sino: ‘Esto es lo que cree la Iglesia católica’, y al mismo tiempo confesaron lo que ellos creían para demostrar que no se descubría nada nuevo en lo que ellos escribían, sino que su mentalidad era apostólica; en otras palabras, que se trataba exactamente de lo mismo que habían enseñado los Apóstoles” (3). La convicción de los Padres divinamente instruidos era que nada se estaba añadiendo a la fe de los Apóstoles y que el Símbolo verdaderamente ecuménico de Nicea supone una proclamación de la tradición común de la Iglesia católica. Los Padres Conciliares, a los que la Iglesia ortodoxa honra debidamente y celebra en sus himnos como “justos protectores de las tradiciones apostólicas”, adoptaron el término filosófico de “sustancia” (y su derivado “consustancial”) para expresar la fe ortodoxa acerca de la divinidad del Verbo, que Arrio negaba (y, con ello, negaba al mismo tiempo todo el misterio de la Economía Divina salvífica encarnada al enredarse en los conceptos helenísticos, rechazando con ello al “Dios de nuestros Padres” en nombre del “Dios de los filósofos”).

          Otro asunto de vital importancia que el Concilio de Nicea estaba llamado a resolver para incrementar la unidad eclesiástica en la práctica litúrgica fue el de “cuándo y cómo debemos celebrar la fiesta de la Pascua”. El 1700º aniversario de la convocación de este Concilio ha vuelto a traer a colación la conveniencia de una celebración común de la Resurrección del Señor. La Gran Iglesia de Cristo reza para que todos los cristianos del mundo entero recuperen, de acuerdo con los decretos del Concilio de Nicea, la celebración de la Pascua en una fecha común, tal y como, por una bendita coincidencia, ha ocurrido el año en curso. Dicha decisión serviría como prueba y como avance genuino en el camino ecuménico compartido y en nuestra común comprensión mediante el diálogo teológico y el “diálogo de la vida”, como testimonio tangible de nuestro respeto práctico hacia lo que hemos recibido de la Iglesia indivisa. Alcanzar dicho objetivo, en el contexto del aniversario que celebramos este año, era la visión conjunta del Papa de Roma Francisco (de bendita memoria) y nuestra Modestia. Su fallecimiento justo después de que toda la cristiandad celebrara la Pascua pone de relieve nuestra responsabilidad para continuar en esta dirección sin vacilar.

          La obra canónica del Concilio de Nicea también fue significativa formulando y afirmando sinodalmente la conciencia canónica perenne de la Iglesia, estableciendo el comienzo y la elevación del sistema metropolitano, así como la posición prominente y la responsabilidad expandida de ciertos Tronos, de la que gradualmente surgió el sistema de la Pentarquía. En tanto en cuanto que el legado canónico de Nicea es patrimonio común de todo el mundo cristiano, el aniversario que celebramos este año está llamado a servir como una invitación a volver a las fuentes, sobre todo a los reglamentos canónicos primigenios de la Iglesia indivisa.

          El Trono Ecuménico de Constantinopla ha servido perennemente como garantía de las decisiones de Nicea. Este espíritu de la Gran Iglesia de Cristo también fue descrito a través de la Encíclica Patriarcal y Sinodal con ocasión del 1600º aniversario del Concilio como “el primer Concilio Ecuménico y verdaderamente el más grande de la Iglesia” (4). La decisión de celebrar el aniversario con “un acto festivo y conjunto si es posible de todas las Iglesias ortodoxas autocéfalas para manifestar la fe y la persistencia hasta nuestros días de nuestra Santa Iglesia Ortodoxa en la enseñanza y el espíritu de ese Concilio, cuya inspirada decisión por un lado estableció y selló la única fe de la Iglesia y por otro presentó espléndidamente la unidad de la estructura de la Iglesia mediante la presencia de delegados de todos los rincones de la Tierra” desgraciadamente al final no fue posible debido a circunstancias excepcionales y a que el Trono Ecuménico quedó vacante. El 9 de Julio de 1925, el primer Domingo después de la entronización del Patriarca Basilio III, el “compromiso atrasado” se pudo cumplir con la celebración de “una Liturgia Patriarcal y Sinodal especial” en la venerable Iglesia Patriarcal. Lo que tiene una importancia eclesiológica particular es que la Encíclica subraya el valor de adoptar la obligación de la Iglesia de Constantinopla, “al estar más directamente asociada con la fiesta y ser responsable de ella”, de celebrar este aniversario, “que es inmenso para toda la cristiandad”.

          El Concilio de Nicea constituye un hito en la formación de la identidad doctrinal y en la estructura canónica de la Iglesia. Ha seguido siendo el modelo para el manejo de los problemas de fe y de orden canónico a nivel ecuménico. El 1700º aniversario de su convocación le recuerda a la cristiandad las tradiciones de la Iglesia antigua, el valor de la lucha común contra los errores de la fe cristiana y la misión de los fieles de contribuir a la multiplicación de los “buenos frutos” de la vida en Cristo, según Cristo, y dirigida hacia Cristo en el mundo.

          Hoy estamos llamados a señalar el mensaje duradero del Primer Concilio Ecuménico de Nicea, las dimensiones soteriológicas y las consecuencias antropológicas del término “homo-ousios”, el vínculo inseparable entre la cristología y la antropología en una era de confusión antropológica y de intensos esfuerzos para hacer hincapié en lo “meta-humano” como horizonte abierto y perspectiva autodivinizadora de la evolución humana, con la contribución de la ciencia y la tecnología. El principio de la “realidad divino-humana” incluye la respuesta al callejón sin salida de la visión contemporánea de un “hombre-dios”. Así, la referencia al “espíritu de Nicea” nos ofrece una invitación a volvernos a los aspectos esenciales de nuestra fe, cuyo núcleo es la salvación de la humanidad en Cristo.

          Nuestro Señor y Salvador Jesucristo es la revelación plena y perfecta de la verdad sobre Dios y sobre el hombre. “El que me ha visto a mí ha visto al Padre” (Jn 14,9). El Verbo encarnado demostró “él solo y por primera vez”, tal y como afirma San Nicolás Cabásilas, “al ser humano verdadero y perfecto, ejemplar en su conducta, en su forma de vida y en cualquier otro aspecto” (5). Esta Verdad está representada en el mundo por la Iglesia una, santa, católica y apostólica; es la misma Verdad que la nutre, la misma Verdad a la que ella sirve. La Iglesia porta la vestimenta de la de la Verdad, “tejida con la teología de lo Alto”, exponiendo siempre rectamente y glorificando “el gran misterio de la piedad”, evangelizando al mundo con fe, esperanza y caridad y anticipando “el día sin fin que no conoce ocaso ni sucesión” (6), el reino venidero del Padre, del Hijo y del Espíritu Santo.

          La tarea de la teología es revelar la dimensión soteriológica de la doctrina y su interpretación en términos existenciales, lo que, junto con la participación en el acontecimiento eclesial, exige sensibilidad e interés genuino en el ser humano y en la aventura de su libertad. En este sentido, la proclamación de nuestra fe en el Verbo divino encarnado debe ir acompañada de nuestra respuesta tangible a su palabra salvadora: “Un mandamiento nuevo os doy: que os améis los unos a los otros como yo os he amado” (Jn 15,12).

          En recuerdo, pues, de los dones inefables que ha concedido y sigue concediendo al mundo, glorificamos incesantemente el santísimo y esplendidísimo nombre del Señor de todo y Dios de amor, a través del cual hemos conocido al Padre y a través del cual el Espíritu Santo vino al mundo. ¡Amén!

          1 de junio del Año del Señor 2025

***

(1)  Metropolitano Juan de Pérgamo, ‘Obras’, Vol 1: Estudios eclesiológicos (Atenas: Domos Books, 2016), 675-6.

(2)  Atanasio el Grande, ‘Sobre la Encarnación divina’, PG 25.192.

(3)  Atanasio el Grande, ‘Carta sobre los Concilios de Arimino en Italia y Seleucia en Isauria’, PG 26.688.

(4)  Actas sinodales, Códice I,94 (10 de agosto de 1925), 102-3.

(5)  Nicolás Cabásilas, ‘La vida en Cristo’, PG 150.680.

(6)  Basilio el Grande, ‘Sobre el Hexamerón’, PG 29.52.


Πατριαρχική καί Συνοδική Ἐγκύκλιος ἐπί τῷ ἑορτασμῷ τῆς 1700ῆς ἐπετείου τῆς ἐν Νικαίᾳ Α’ Οἰκουμενικῆς Συνόδου

 


Ἀριθμ. Πρωτ. 335

 

† Β Α Ρ Θ Ο Λ Ο Μ Α Ι Ο Σ

ΕΛΕῼ ΘΕΟΥ ΑΡΧΙΕΠΙΣΚΟΠΟΣ

ΚΩΝΣΤΑΝΤΙΝΟΥΠΟΛΕΩΣ - ΝΕΑΣ ΡΩΜΗΣ

ΚΑΙ ΟΙΚΟΥΜΕΝΙΚΟΣ ΠΑΤΡΙΑΡΧΗΣ

ΠΑΝΤΙ Τ ΠΛΗΡΩΜΑΤΙ ΤΗΣ ΕΚΚΛΗΣΙΑΣ ΧΑΡΙΝ ΚΑΙ ΕΙΡΗΝΗΝ ΠΑΡΑ ΘΕΟΥ

* * *

 

Ὕμνον εὐχαριστίας ἀναπέμπομεν τῷ πανσθενουργῷ, παντεπόπτῃ καί παντευεργέτῃ Θεῷ τῷ ἐν Τριάδι, τῷ ἀξιώσαντι τόν λαόν Αὐτοῦ φθάσαι τήν 1700ήν ἐπέτειον τῆς ἐν Νικαίᾳ Α’ Οἰκουμενικῆς Συνόδου, τῆς πνευματοκινήτως μαρτυρησάσης περί τῆς γνησίας πίστεως εἰς τόν συνάναρχον τῷ Γεγεννηκότι καί παναληθῶς Αὐτῷ ὁμοούσιον Θεόν Λόγον, «τόν δι᾿ ἡμᾶς τούς ἀνθρώπους καί διά τήν ἡμετέραν σωτηρίαν κατελθόντα καί σαρκωθέντα καί ἐνανθρωπήσαντα, παθόντα καί ἀναστάντα τῇ τρίτῃ ἡμέρᾳ καί ἀνελθόντα εἰς τούς οὐρανούς, καί ἐρχόμενον κρῖναι ζῶντας καί νεκρούς».

Ἡ Σύνοδος τῆς Νικαίας ἀποτελεῖ ἔκφρασιν τῆς συνοδικῆς φύσεως τῆς Ἐκκλησίας, κορύφωσιν τῆς «ἀρχεγόνου συνοδικότητος» αὐτῆς, ἀρρήκτως συνδεδεμένης μετά τῆς εὐχαριστιακῆς πραγματώσεως τῆς ἐκκλησιαστικῆς ζωῆς, ἀλλά καί μετά τῆς πρακτικῆς τῆς ἐπί τό αὐτό συνελεύσεως πρός λῆψιν «ὁμοθυμαδόν»[1] ἀποφάσεων ἐπί τρεχόντων θεμάτων. Ἡ ἐν Νικαίᾳ Σύνοδος σηματοδοτεῖ ἐν ταὐτῷ τήν ἀνάδυσιν μιᾶς νέας συνοδικῆς δομῆς, αὐτῆς τῆς Οἰκουμενικῆς Συνόδου, ἡ ὁποία ἔμελλε νά ἀποβῇ καθοριστική διά τήν πορείαν τῶν ἐκκλησιαστικῶν πραγμάτων. Ἀξιομνημόνευτον εἶναι ὅτι ἡ Οἰκουμενική Σύνοδος δέν ἀποτελεῖ «μόνιμον θεσμόν» εἰς τήν ζωήν τῆς Ἐκκλησίας, ἀλλά «ἔκτακτον γεγονός», ἀπάντησιν εἰς μίαν συγκεκριμένην ἀπειλήν κατά τῆς πίστεως, ἀποβλέπουσαν εἰς τήν ἀποκατάστασιν τῆς διαρραγείσης ἑνότητος καί τῆς εὐχαριστιακῆς κοινωνίας.

Τό ὅτι ἡ Σύνοδος τῆς Νικαίας συνεκλήθη ὑπό τοῦ Αὐτοκράτορος, ὅτι ὁ Μέγας Κωνσταντῖνος παρηκολούθησε τάς ἐργασίας καί περιέβαλε τά ἀναθέματα αὐτῆς διά τοῦ κύρους κρατικοῦ νόμου, δέν τήν καθιστᾷ «αὐτοκρατορικήν σύνοδον»[2]. Ὑπῆρξεν ἀμιγῶς «ἐκκλησιαστικόν γεγονός», κατά τό ὁποῖον ἡ Ἐκκλησία, καθοδηγουμένη ὑπό τοῦ Ἁγίου Πνεύματος, ἀπεφάσισε διά τά τοῦ οἴκου της, ἐνῷ ὁ Αὐτοκράτωρ ἐφήρμοσε τήν ἀρχήν «Ἀπόδοτε οὖν τά Καίσαρος τῷ Καίσαρι καί τά τοῦ Θεοῦ τῷ Θεῷ»[3].

Ἐνώπιον τῆς Ἀρειανικῆς πλάνης, ἡ Ἐκκλησία διετύπωσε συνοδικῶς τό οὐσιῶδες τῆς διηνεκῶς βιουμένης ἐν αὐτῇ πίστεως. Ὁ «ὁμοούσιος τῷ Πατρί» προαιώνιος Υἱός καί Λόγος τοῦ Θεοῦ, «Θεός ἀληθινός ἐκ Θεοῦ ἀληθινοῦ», σώζει διά τῆς σαρκώσεώς Του τόν ἄνθρωπον ἐκ τῆς δουλείας τοῦ ἀλλοτρίου καί διανοίγει εἰς αὐτόν τήν ὁδόν τῆς κατά χάριν θεώσεως. «Αὐτός γάρ ἐνηνθρώπησεν, ἵνα ἡμεῖς θεοποιηθῶμεν»[4]. Τό Σύμβολον τῆς Νικαίας διατρανοῖ τήν βεβαίαν πεποίθησιν ὅτι ἡ σοβοῦσα αἱρετική ἀπόκλισις ἀποτελεῖ ἄρνησιν τῆς δυνατότητος σωτηρίας τοῦ ἀνθρώπου. Ἐν τῇ ἐννοίᾳ ταύτῃ, δέν εἶναι ἁπλῶς θεωρητική διακήρυξις ἀλλά ὁμολογία πίστεως, ὡς ὅλα τά δογματικά κείμενα τῆς Ἐκκλησίας, αὐθεντική διατύπωσις τῆς ζώσης ἐν αὐτῇ καί δι᾿ αὐτῆς ἀληθείας.

Ἰδιαιτέραν θεολογικήν βαρύτητα ἔχει τό γεγονός ὅτι βάσιν τοῦ Ἱεροῦ Συμβόλου «Πιστεύομεν...» ἀποτελεῖ ἕν τοπικόν βαπτιστήριον Σύμβολον ἤ ὁμάς τοιούτων Συμβόλων. Ὡς γνήσιος φορεύς τῆς διαχρονικῆς ἐκκλησιαστικῆς αὐτοσυνειδησίας, ἡ Σύνοδος ἀνακεφαλαιοῖ καί βεβαιοῖ τήν Ἀποστολικήν παρακαταθήκην, τήν ὁποίαν διαφυλάσσουν αἱ κατά τόπους Ἐκκλησίαι. Ὁ Μέγας Ἀθανάσιος ἀναφέρει ὅτι οἱ Συνοδικοί Πατέρες «περί δέ τῆς πίστεως ἔγραψαν οὐκ Ἔδοξεν, ἀλλ᾿, Οὕτως πιστεύει ἡ καθολική Ἐκκλησία· καί εὐθύς ὡμολόγησαν, πῶς πιστεύουσιν, ἵνα δείξωσιν, ὅτι μή νεώτερον, ἀλλ᾿ ἀποστολικόν ἐστιν αὐτῶν τό φρόνημα, καί ἅ ἔγραψαν, οὐκ ἐξ αὐτῶν εὑρέθη, ἀλλά ταῦτ᾿ ἐστίν, ἅπερ ἐδίδαξαν οἱ ἀπόστολοι»[5]. Πεποίθησις τῶν θεοδιδάκτων Πατέρων ἦτο ὅτι οὐδέν προσετέθη εἰς τήν πίστιν τῶν Ἀποστόλων καί ὅτι τό ὄντως οἰκουμενικόν Σύμβολον τῆς Νικαίας ἀποτελεῖ διακήρυξιν τῆς κοινῆς παραδόσεως τῆς Καθολικῆς Ἐκκλησίας. Οἱ Συνοδικοί Πατέρες, τούς ὁποίους ἡ Ὀρθόδοξος Ἐκκλησία ἐπαξίως τιμᾷ καί ὑμνεῖ ὡς «Ἀποστολικῶν παραδόσεων ἀκριβεῖς φύλακας», ἐχρησιμοποίησαν τόν φιλοσοφικόν ὅρον «οὐσία» (καί τό «ὁμοούσιον») διά τήν ἔκφρασιν τῆς Ὀρθοδόξου πίστεως εἰς τήν θεότητα τοῦ Λόγου, τήν ὁποίαν ἠρνεῖτο ὁ Ἄρειος, καί μετ᾿ αὐτῆς τό ὅλον μυστήριον τῆς πανσωστικῆς ἐνσάρκου Θείας Οἰκονομίας, ἐμπλακείς εἰς ἑλληνιστικά νοητικά σχήματα καί ἀπωθήσας τόν «Θεόν τῶν Πατέρων» ἐν ὀνόματι τοῦ «Θεοῦ τῶν φιλοσόφων».

Ἕτερον κεφαλαιῶδες ζήτημα, τό ὁποῖον ἐκλήθη νά ἐπιλύσῃ ἡ Σύνοδος τῆς Νικαίας, πρός ἐνίσχυσιν τῆς ἐκκλησιαστικῆς ἑνότητος ἐν τῇ λειτουργικῇ πράξει, ἦτο τό «πότε καί πῶς δεῖ ἡμᾶς τήν τοῦ Πάσχα ἑορτήν ἐκτελεῖν». Ἡ 1700ή  ἐπέτειος τῆς συγκλήσεως τῆς Συνόδου ἐπανέφερεν εἰς τήν ἐπικαιρότητα τό θέμα τοῦ κοινοῦ ἑορτασμοῦ τῆς Ἀναστάσεως τοῦ Κυρίου. Ἡ Ἁγία τοῦ Χριστοῦ Μεγάλη Ἐκκλησία εὔχεται ὅπως οἱ ὅπου γῆς Χριστιανοί ἐπανέλθουν, συμφώνως πρός τάς προσταγάς τῆς ἐν Νικαίᾳ Συνόδου, εἰς τόν ἑορτασμόν τοῦ Πάσχα κατά κοινήν ἡμέραν, ὡς εὐτυχεῖ συγκυρίᾳ, συνέβη κατά τό τρέχον ἔτος. Ἡ ἀπόφασις αὕτη θά λειτουργήσῃ ὡς ἔνδειξις καί σύμβολον γνησίας προόδου εἰς τόν ἀγῶνα οἰκουμενικῆς συμπορεύσεως καί ὁμονοήσεως διά μέσου τοῦ θεολογικοῦ διαλόγου καί τοῦ «διαλόγου τῆς ζωῆς», ὡς ἁπτή μαρτυρία περί τοῦ ἐμπράκτου σεβασμοῦ τῶν κεκτημένων τῆς ἀδιαιρέτου Ἐκκλησίας. Ἡ ἐπίτευξις τοῦ στόχου αὐτοῦ, ἐν τῷ πλαισίῳ τῆς ἐφετεινῆς ἐπετείου, ὑπῆρξε κοινόν ὅραμα τοῦ ἀειμνήστου Πάπα Ρώμης Φραγκίσκου καί τῆς ἡμετέρας Μετριότητος. Ἡ ἐκδημία αὐτοῦ, τήν ἐπαύριον τοῦ παγχριστιανικῶς ἑορτασθέντος Πάσχα, ἐπιτείνει τήν κοινήν εὐθύνην, ὅπως συνεχίσωμεν ἀταλαντεύτως πρός τήν αὐτήν κατεύθυνσιν.

Σπουδαῖον ὑπῆρξεν ἐπίσης τό νομοκανονικόν ἔργον τῆς ἐν Νικαίᾳ Συνόδου, διά τοῦ ὁποίου ἀποτυποῦται καί ἐπικυροῦται συνοδικῶς τό διαχρονικόν κανονικόν συνειδός τῆς Ἐκκλησίας, καί εἰς τό ὁποῖον εὑρίσκονται αἱ ἀπαρχαί τοῦ μητροπολιτικοῦ συστήματος καί τῆς ἀναδείξεως τοῦ κύρους, τῆς ἐξεχούσης θέσεως καί τῆς διηυρυμένης εὐθύνης ὡρισμένων Θρόνων, ἐκ τῶν ὁποίων διεμορφώθη προοδευτικῶς τό σύστημα τῆς Πενταρχίας. Ἐφ᾿ ὅσον ἡ κανονική παρακαταθήκη τῆς Νικαίας εἶναι κοινή κληρονομία ὁλοκλήρου τοῦ χριστιανικοῦ κόσμου, ἡ ἐφετεινή ἐπέτειος καλεῖται νά λειτουργήσῃ ὡς προσκλητήριον δι᾿ ἐπιστροφήν εἰς τάς πηγάς, εἰς τά πρωταρχικά κανονικά θεσπίσματα τῆς ἀδιαιρέτου Ἐκκλησίας.

Ἐγγυητής τῶν θεσπισμάτων τῆς Νικαίας ἀνεδείχθη διαχρονικῶς ὁ Οἰκουμενικός Θρόνος τῆς Κωνσταντινουπόλεως. Αὐτό τό πνεῦμα τῆς Μεγάλης Ἐκκλησίας ἐξεφράσθη καί διά τῆς Πατριαρχικῆς καί Συνοδικῆς Ἐγκυκλίου ἐπί τῇ 1600 ἐπετείῳ τῆς Συνόδου[6], «τῆς πρώτης τῶν Οἰκουμενικῶν καί μεγίστης ὡς ἀληθῶς Συνόδου τῆς Ἐκκλησίας». Ἡ εἰλημμένη ἀπόφασις, ὅπως ἡ ἐπέτειος ἑορτασθῇ «πανηγυρικῶς καί δή ἀπό κοινοῦ, εἰ δυνατόν, ὑπό πασῶν τῶν Ὀρθοδόξων Αὐτοκεφάλων Ἐκκλησιῶν, εἰς ἐκδήλωσιν πάνδημον τῆς πιστῆς καί σήμερον τῇ τοῦ Θεοῦ χάριτι ἐμμονῆς τῆς Ἁγίας ἡμῶν Ὀρθοδόξου Ἐκκλησίας ἐν τῇ διδασκαλίᾳ καί τῷ πνεύματι τῆς Συνόδου ἐκείνης, ἥτις ὅπως ἐξ ἑνός τήν μίαν πίστιν τῆς Ἐκκλησίας διά τῆς ἐν Ἁγίῳ Πνεύματι ἀποφάνσεως αὐτῆς ἐστερέωσε καί ἐσφράγισεν, οὕτως ἐξ ἄλλου καί τήν ἑνότητα τῆς ἐκκλησιαστικῆς συγκροτήσεως διά τῆς ἀπό πάντων τῶν περάτων τῆς γῆς παρουσίας ἀντιπροσώπων περιλάμπρως παρέστησεν», δυστυχῶς δέν κατέστη δυνατόν νά πραγματοποιηθῇ ἐξ αἰτίας τῶν ἐκτάκτων περιστάσεων καί τῆς χηρείας τοῦ Οἰκουμενικοῦ Θρόνου. Τήν 19ην Ἰουλίου 1925, πρώτην Κυριακήν μετά τήν ἐνθρόνισιν τοῦ Πατριάρχου Βασιλείου Γ’, ἐξεπληρώθη ἡ «καθυστερήσασα ὀφειλή» διά τῆς τελέσεως «εἰδικῆς Πατριαρχικῆς καί Συνοδικῆς Λειτουργίας» ἐν τῷ Πανσέπτῳ Πατριαρχικῷ Ναῷ. Ἰδιαιτέραν ἐκκλησιολογικήν σημασίαν ἔχει τό γεγονός ὅτι εἰς τήν Ἐγκύκλιον τονίζεται ἡ ἀξία τῆς ἐκτελέσεως τοῦ καθήκοντος τοῦ ἑορτασμοῦ ταύτης τῆς «μεγάλης διά πᾶσαν τήν Χριστιανοσύνην» ἐπετείου ὑπό τῆς Ἐκκλησίας τῆς Κωνσταντινουπόλεως, «ἀμεσωτέραν πρός τήν ἑορτήν ταύτην ἐχούσης τήν σχέσιν καί τήν ὀφειλήν».  

Ἡ Σύνοδος τῆς Νικαίας ἀποτελεῖ σταθμόν εἰς τήν διαμόρφωσιν τῆς δογματικῆς ταυτότητος καί τῆς κανονικῆς δομῆς τῆς Ἐκκλησίας, παρέμεινε δέ τό πρότυπον διά τήν ἀντιμετώπισιν προβλημάτων πίστεως καί κανονικῆς τάξεως ἐπί οἰκουμενικοῦ ἐπιπέδου. Ἡ 1700ή ἐπέτειος ἀπό τῆς πραγματοποιήσεώς της ὑπενθυμίζει εἰς τήν Χριστιανοσύνην τάς παραδοχάς τῆς ἀρχαίας Ἐκκλησίας, τήν ἀξίαν τοῦ κοινοῦ ἀγῶνος κατά τῶν παρανοήσεων τῆς χριστιανικῆς πίστεως καί τήν ἀποστολήν τῶν πιστῶν, ὅπως συμβάλλουν εἰς τόν πολλαπλασιασμόν τῶν «καλῶν καρπῶν» τῆς ἐν Χριστῷ, κατά Χριστόν καί εἰς Χριστόν ζωῆς ἐν τῶ κόσμῳ.

Καλούμεθα σήμερον νά ἀναδείξωμεν τό διαχρονικόν μήνυμα τῆς ἐν Νικαίᾳ Α’ Οἰκουμενικῆς Συνόδου, τάς σωτηριολογικάς διαστάσεις καί τάς ἀνθρωπο-λογικάς συνεπείας τοῦ «ὁμοουσίου», τῆς ἀρρήκτου συνδέσεως τῆς Χριστολογίας μετά τῆς ἀνθρωπολογίας, εἰς μίαν ἐποχήν ἀνθρωπολογικῆς συγχύσεως καί ἐντόνων προσπαθειῶν ἀναδείξεως τοῦ «μετανθρώπου» ὡς τοῦ ἀνοικτοῦ ὁρίζοντος καί τῆς αὐτοαποθεωτικῆς προοπτικῆς τῆς ἀνθρωπίνης ἐξελίξεως, τῇ συμβολῇ τῆς ἐπιστήμης καί τῆς τεχνολογίας. Ἡ ἀρχή τῆς «θεανθρωπινότητος» ἀποτελεῖ τήν ἀπάντησιν εἰς τήν ἀδιέξοδον ὀπτασίαν τοῦ συγχρόνου «ἀνθρωποθεοῦ». Ἡ ἀναφορά εἰς τό «πνεῦμα τῆς Νικαίας» ἀποτελεῖ πρόσκλησιν ὅπως στραφῶμεν εἰς τά οὐσιώδη τῆς πίστεώς μας, πυρήν τῆς ὁποίας εἶναι ἡ ἐν Χριστῷ σωτηρία τοῦ ἀνθρώπου.

 Κύριος καί Σωτήρ ἡμῶν Ἰησοῦς Χριστός εἶναι ἡ πλήρης καί τελεία ἀποκάλυψις τῆς ἀληθείας περί τοῦ Θεοῦ καί τοῦ ἀνθρώπου. «Ὁ ἐμέ ἑωρακώς, ἑώρακε τόν πατέρα μου»[7]. Ὁ ἐνανθρωπήσας Θεός Λόγος ἔδειξε «πρῶτος καί μόνος», ὡς γράφει ὁ Ἅγιος Νικόλαος ὁ Καβάσιλας, «τόν ἀληθινόν ἄνθρωπον καί τέλειον, καί τρόπων καί ζωῆς καί τῶν ἄλλων ἕνεκα πάντων»[8]. Αὐτήν τήν Ἀλήθειαν ἐκπροσωπεῖ ἐν τῷ κόσμῳ ἡ Μία, Ἁγία, Καθολική καί Ἀποστολική Ἐκκλησία, ἀπό αὐτήν τρέφεται, αὐτήν διακονεῖ. Φοροῦσα τόν χιτῶνα τῆς Ἀληθείας,  «τόν ὑφαντόν ἐκ τῆς ἄνω θεολογίας», ἀεί ὀρθοτομεῖ καί δοξάζει «τῆς εὐσεβείας τό μέγα μυστήριον», εὐαγγελιζομένη τόν λόγον τῆς πίστεως, τῆς ἀγάπης καί τῆς ἐλπίδος, προσβλέπουσα πρός τήν «ἀνέσπερον καί ἀδιάδοχον καί ἀτελεύτητον ἡμέραν»[9], τήν ἐρχομένην αἰώνιον Βασιλείαν τοῦ Πατρός καί τοῦ Υἱοῦ καί τοῦ Ἁγίου Πνεύματος.

Ἔργον τῆς θεολογίας εἶναι ἡ ἀποκάλυψις τῆς σωτηριολογικῆς διαστάσεως τῶν δογμάτων καί ἡ ἑρμηνεία αὐτῶν δι᾿  ὑπαρξιακῶν ὅρων, ἡ ὁποία ἀπαιτεῖ, ὁμοῦ μετά τῆς μετοχῆς εἰς τό ἐκκλησιαστικόν γεγονός, εὐαισθησίαν καί γνήσιον ἐνδιαφέρον διά τόν ἄνθρωπον καί τάς περιπετείας τῆς ἐλευθερίας του. Ἐν τῇ ἐννοίᾳ ταύτῃ, ἡ διατράνωσις τῆς πίστεως εἰς τόν ἐνανθρωπήσαντα Θεόν Λόγον ὀφείλει ὅπως συνοδεύηται ὑπό τῆς ἐμπράκτου ἀνταποκρίσεως ἡμῶν εἰς τόν σωτήριον λόγον Αὐτοῦ: «αὕτη ἐστίν ἡ ἐντολή ἡ ἐμή, ἵνα ἀγαπᾶτε ἀλλήλους καθώς ἠγάπησα ὑμᾶς»[10].

Μεμνημένοι τοίνυν τῶν ἀφάτων δωρεῶν, ὧν ἐποίησε καί ποιεῖ πάσῃ τῇ κτίσει, ἀκαταπαύστως δοξολογοῦμεν τό ὑπεράγιον καί ὑπέρλαμπρον ὄνομα τοῦ Κυρίου τῶν ὅλων καί Θεοῦ τῆς ἀγάπης, δι᾿ Οὗ τόν Πατέρα ἐγνώκαμεν καί τό Πνεῦμα τό Ἅγιον ἐπεδήμησεν ἐν κόσμῳ.  Ἀμήν!

Ἐν ἔτει  σωτηρίῳβκε´, κατά μῆνα Ἰούνιον (α´)

Ἐπινεμήσεως Γ´

Ὁ Κωνσταντινουπόλεως Βαρθολομαῖος ἐν Χριστῷ εὐχέτης.

 

+ ὁ Κολωνείας Ἀθανάσιος ἐν Χριστῷ εὐχέτης 

+ Γορτύνης καί Ἀρκαδίας Μακάριος ἐν Χριστῷ εὐχέτης                     

+ Ἀρκαλοχωρίου, Καστελλίου καί Βιάννου Ἀνδρέας ἐν Χριστῷ εὐχέτης

+ Βελγίου Ἀθηναγόρας ἐν Χριστῷ εὐχέτης                                                        

+ Λέρου, Καλύμνου καί Ἀστυπαλαίας Παΐσιος ἐν Χριστῷ εὐχέτης 

+ Ἀτλάντας Σεβαστιανός ἐν Χριστῷ εὐχέτης                                        

+ Κυδωνιῶν Ἀθηναγόρας ἐν Χριστῷ εὐχέτης                                        

+ Σηλυβρίας Μάξιμος ἐν Χριστῷ εὐχέτης                                                           

+ Αὐστραλίας Μακάριος ἐν Χριστῷ εὐχέτης      

+ Ἑλβετίας Μάξιμος ἐν Χριστῷ εὐχέτης

+ Ἰρλανδίας Ἰάκωβος ἐν Χριστῷ εὐχέτης

+ Μεξικοῦ Ἰάκωβος ἐν Χριστῷ εὐχέτης

                                     

Ὅτι ἀκριβές ἀντίγραφον.

Ἐν τοῖς Πατριαρχείοις, τῇ 27 Μαΐου 2025

Ὁ Ἀρχιγραμματεύς τῆς Ἁγίας καί Ἱερᾶς Συνόδου



[1] Πράξ. β’, 1.

[2] Μητροπολίτου Περγάμου Ἰωάννου Ζηζιούλα, Ἔργα Α’. Ἐκκλησιολογικά Μελετήματα, ἐκδ. Δόμος, Ἀθήνα 2016, σ. 675-6.

[3] Ματθ. κβ’, 21.

[4]Ἀθανασίου τοῦ Μεγάλου, Λόγος περί τῆς ἐνανθρωπήσεως τοῦ Λόγου, PG 25, 192.

[5] Ἀθανασίου τοῦ Μεγάλου, Ἐπιστολή περί τῶν γενομένων ἐν τῇ Ἀριμίνῳ τῆς Ἰταλίας, καί ἐν Σελευκείᾳ τῆς Ἰσαυρίας συνόδων, PG 26, 688.

[6] Κ.Π.Α. κῶδιξ Α’ 94, 10 Αὐγούστου 1925, σ. 102-3.

[7] Ἰωάν. ιδ’, 9.

[8] Νικολάου Καβάσιλα, Περί τῆς ἐν Χριστῷ ζωῆς, PG 150, 680.

[9] Βασιλείου τοῦ Μεγάλου, Εἰς τήν Ἐξαήμερον, PG 29, 52.

[10] Ἰωάν. ιε’, 12.